Jovens temem etapas de processo seletivo para emprego

Ingressar no mercado de trabalho não é tarefa fácil para boa parte dos jovens que estão em busca de uma colocação profissional. Além das diversas habilidades comumente exigidas dos postulantes a uma vaga de emprego, é preciso saber lidar com situações pouco rotineiras, envolvidas no processo de seleção.
Para identificar quais são as maiores dificuldade dos candidatos nessa faixa etária, a consultoria de recrutamento e seleção Nube realizou um levantamento, ouvindo mais de 6 mil jovens. O resultado foi bastante equilibrado, mas demonstrou que o processo seletivo é o motivo de horas perdidas de sono para a maioria deles.
Os voluntários da pesquisa escolheram, entre quatro opções, o maior obstáculo para conseguir uma coloção profissional. A resposta de 27,1% deles foi a “dinâmica de grupo”. É o caso do estudante Gabriel Rodrigues, que acha esta a etapa mais complicada. “Os selecionadores fazem perguntas e procuram perfis diferentes. Nunca sabemos qual a melhor forma de agir”, afirma.
Respostas sem embasamento
De acordo com a coordenadora da área de recrutamento e seleção do Nube, Natalia Caroline Varga, respostas sem embasamento não devem ser ditas nesse momento. “Em 80% das vezes, quando fazemos certos questionamentos, como, por exemplo, qual o seu maior defeito, escutamos dos candidatos o fato de eles serem perfeccionistas”, afirma.
Para ela, isso não responde muita coisa. “Nós esperamos ouvir em quais pontos essa característica atrapalha o jovem. Portanto, é necessário apresentar a falha e, em seguida, dar uma breve explicação sobre os danos causados por ela. Nada muito extenso”, orienta.
Ainda segundo o levantamento, o segundo maior problema destacado pelos jovens foi a entrevista, com 26,19%. Segundo Natalia, nesta hora é preciso olhar nos olhos do avaliador e manter a sinceridade. “Não adianta mentir, pois o entrevistador vai levar em conta um perfil comportamental, o qual não corresponde ao verdadeiro. Isso vai fazer a pessoa ser encaminhada para uma vaga na qual, muitas vezes, não se sentirá feliz”, explica.
Em terceiro lugar ficou a redação, temida por 26% dos jovens candidatos a uma vaga de trabalho. “Sinto muita dificuldade quando não vem com um tema pré-estabelecido, pois até conseguir desenvolver uma ideia, já perdi muito tempo”, comenta Rodrigues.
Além disso, o estudante acredita que pode já ter se prejudicado por conta do uso de gírias. “Na hora de falar me controlo bastante, mas acredito já ter deixado escapar palavras erradas no decorrer do texto”, assegura.
Domínio da língua portuguesa é fundamental
A questão da gramática ficou em quarto lugar entre as preocupações dos voluntários da pesquisa, com 20,64%. “A língua portuguesa é essencial em qualquer processo seletivo. Muitos estudantes não dão valor e mal sabem ser esse o maior quesito eliminatório”, revela Natalia.
A recrutadora afirma que é preciso treinar constantemente para se sair bem em tais exames. “A avaliação psicológica é mais individual, pois analisa o perfil de cada um. Todavia, ter bons conhecimentos da nossa língua e de outras é fundamental. Eu sempre recomendo realizar pequenos textos, evitar abreviar palavras e tomar muito cuidado com as redes sociais, pois lá cada escrita é de um jeito diferente”, comenta.

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